O ramo da construção civil é multidisciplinar, exigindo conhecimentos mais abrangentes, o que não é novidade para ninguém, mas evoluções exigem adaptações e transformações.
Com a pandemia de COVID-19, estamos presenciando um momento único no setor da construção, empresas antes “analógicas”, na era CAD estão migrando cada vez mais para a Engenharia Digital, estando mais conectadas e tecnológicas, seja através do BIM, Realidade Virtual, Internet das coisas entre outros.
Novos desafios estão surgindo, como a implantação do BIM pelo decreto BIM 2020, seja por necessidade de maior produtividade e qualidade pelas construtoras.
Atualmente, 8 segmentos passaram a cobrar maiores conhecimentos do Engenheiro Civil, são eles os materiais de construção, cálculo estrutural, custos e orçamento, geotecnia, gestão de projetos, meio ambiente, segurança do trabalho e infraestrutura.
Para profissionais que tenham interesse na área de materiais de construção, a pesquisa será fundamental para o trabalho de excelência, seja em laboratórios de empresas privadas ou no universo acadêmico.
Já para o setor de cálculo estrutural e para a parte de custos e orçamentos, a precisão será fundamental, haja visto que hoje existem ferramentas que facilitam muito o trabalho e a garantia de qualidade do serviço.
Um ramo promissor, principalmente devido as obras no setor agropecuário, como silos e galpões está a geotecnia, pois requer a aplicação de métodos científicos para entender o comportamento do solo e capacidade de carga em relação as construções.
Outro setor que está com o mercado muito aquecido, devido à escassez de profissionais atualizados e certificados está nos projetos arquitetônicos, estruturais e complementares alinhados a nova NBR 15575 de desempenho de edificações e também pelo uso do BIM com o decreto BIM 2020.
Hoje é praticamente impossível fazer uma gestão completa de projetos sem o auxílio de softwares, ferramentas estas que estão dominando cada vez mais o setor.
Um grande exemplo disso e já citado anteriormente é o uso da metodologia BIM por setores governamentais em licitações e uso interno, a partir do dia 1º de janeiro de 2021, que será adotado em 3 fases, sendo a primeira já no próximo ano nas obras de infraestrutura com recursos federais.
Já em 2024 o decreto valerá para todos os projetos e gestão de obras como cliente o governo federal. Por fim, em 2028, a tecnologia será obrigatória para o gerenciamento e manutenção de obras já construídas.
Mas mantenha a calma, pois mesmo com todas estas transformações, dois pontos ainda se manterão “tradicionais” e fundamentais para o bom desempenho de qualquer empreendimento, sendo eles a área ambiental e de relações humanas.
No setor ambiental, precisamos salientar que o Brasil ainda é o quinto lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, demandando mais profissionais para a gestão ambiental da obra, dos resíduos e do estudo de impactos ambientais do empreendimento.
Já nas relações humanas, o profissional está diretamente relacionado ao canteiro de obras, seja para o controle, seja para a coordenação de pessoas, resolução de conflitos, delegação de responsabilidades e trabalho em equipe. Além disso, o canteiro também exige profissionais especializados em Segurança do Trabalho para a fiscalização e mitigação de acidentes dentro da obra.